Cobertura de Show – Pitty: turnê ACNXX em Salvador
Uma multidão de camisas pretas invadiu o Largo da Mariquita (Rio Vermelho) na noite do dia 17 de setembro para ver o show da cantora Pitty no Festival da Primavera. E não seria um show qualquer: foi a comemoração dos 20 anos de lançamento de Admirável Chip Novo, álbum de estréia da carreira solo de Pitty. E não havia local mais apropriado que o Rio Vermelho. O bairro sempre foi o epicentro da cena rock de Salvador, onde a jovem Priscila Leone deve ter feito muitos shows quando era vocalista da banda de hardcore Inkoma.
O show começa justamente representando este momento de transição, com uma gravação simulando uma mensagem de voz da cantora, avisando ao produtor Rafael Ramos que tinha enviado pelo correio as demos de seu novo projeto. Logo em seguida, Pitty e banda tocam “Teto de Vidro”, primeira faixa do Admirável Chip Novo, para delírio do público – que se empolgou mais ainda com a música seguinte, a faixa que dá nome ao disco.
Antes de “Máscara” (a próxima música, seguindo a ordem do álbum), outra gravação retratando outro momento do passado: o produtor discordando da indicação da cantora em colocar esta música como primeiro single, por ser “pesada, grande e com parte em inglês”. Pitty bancou a sua escolha e, como sabemos, estava certa. Outra música que foi cantada em uníssono pelo público. E assim foi em praticamente toda a primeira parte do show, na qual o disco foi tocado na íntegra.
“Acabou o Admirável Chip Novo, mas não acabou o show”, Pitty anunciava, antes de dar início ao que ela chamou de “segundo ato”: uma sucessão de covers que representariam as suas influências, como “Love Buzz” (Nirvana) e “Femme Fatale” (Velvet Underground) – com exceção de “Seu mestre mandou”, que iniciou esse segundo ato e que, até onde eu sei, é da própria Pitty…
Por fim, no chamado terceiro ato, foram tocados alguns dos hits dos outros discos, como “Setevidas”, “Memórias”, “Pulsos”, até terminar com mais um grande hit, “Me adora”. Pitty encerra o show emocionada e prometendo voltar logo, enquanto o público clamava por um bis. “É possível ter rock de graça no Rio Vermelho”, ela disse. No que depender dessa “multidão de camisas pretas”, é possível sim.
Repertório: