Cobertura de Show – Vivendo do Ócio em Brasília
“Me deu saudade da Bahia”, diz a letra de “Nostalgia” da banda de rock baiana Vivendo do Ócio. Para quem é baiano e não mora mais no estado, como é o caso desse que vos escreve, é sempre bom ter uma oportunidade de ter um contato com sua terra natal. Então foi com muita alegria que pude ver o grupo soteropolitano se apresentar mais uma vez na capital do país.
O show fez parte do lançamento do projeto “Só Som Salva”, que pretende ocupar as noites de quarta-feira na Cervejaria Criolina em Brasília. Um evento gratuito, que além dos baianos da Vivendo do Ócio, contou também com os brasilienses da Supervibe.
Marcado para começar às 22 horas, a Supervibe subiu ao palco por volta das 22:30. O público que estava sentado começou a se aproximar assim que a apresentação começou. Para uma quarta a noite, mesmo sendo gratuito, um bom público estava presente. O power-trio brasiliense mostrou toda a sua psicodelia, com uma pegada shoegaze e uma sonoridade indie rock. Com apenas dois EP lançados (Clarão e Autóctone, ambos disponíveis nas principais plataformas de streaming), o grupo mostrou músicas desses trabalhos, como “Desfaz”, além de algumas que estarão no próximo disco, a ser lançado em 2020, como “Cata-vento”. Eles são ótimos músicos, com destaque para a baterista feminina, e fizeram um show intimista, mas com uma boa energia sentida por quem estava presente. Os timbres de guitarra são muito bons, proporcionando uma boa “viagem musical” a plateia.
Depois de um breve intervalo, onde djs apresentavam uma boa playlist de rock, já quase próximo de meia-noite, a Vivendo do Ócio subiu ao palco. A impressão inicial era que o público presente estaria mais interessado em prestigiar a banda brasiliense de abertura, mas foi um ledo engano. Assim que os baianos começaram a tocar o local já estava cheio e a maior parte estava próxima ao palco para conferir o grupo soteropolitano.
A banda abriu o show com “Meu Precioso”, do 1º disco “Nem sempre tão normal”, em grande estilo já deixando o público em êxtase. Eles emendaram mais algumas músicas, numa pegada Ramones sem parar, mostrando a energia que contagiou toda a apresentação. Era visível a surpresa e alegria da Vivendo do Ócio com a ótima receptividade do público brasiliense, que foi refletida em forma de um grande show.
A banda interagiu bastante com a plateia, pegaram cerveja oferecida por algum fã, e agradeceram bastante a presença de todos. O mais empolgado no agradecimento foi o baterista Dieguito Reis. Mas quem comanda o show são o guitarrista e vocalista Jajá Cardoso e o baixista e também vocalista Luca Bori, alternando os vocais das músicas e na interação com a galera.
Por exemplo, antes de executar “Rock Pub Baby”, fizeram questão de avisar que essa era para quem veio “bater cabeça”. Ou quando tocaram a música mais recente da banda, chamada “Cê Pode”, pediram para o público filmar e postar nas redes sociais marcando o perfil da Vivendo do Ócio. E não perderam também a oportunidade de agradecer ao público pela excelente hospitalidade, ao trocar a palavra Bahia por Brasília na letra de “Nostalgia”, que virou “me deu saudade de Brasília”, inclusive tocada em uma versão mais rock do que a presente no disco.
Antes da última música, “Silas”, Jajá contou que a banda pretende voltar a se apresentar em Brasília em 2020 e já com um disco novo. E também pediu para que o público abrisse uma grande roda, que mostrou toda a energia da plateia em retorno a empolgação da banda, em uma agitação bem característica e marcante dos shows de rock.
Fim de show em Brasília e a cervejaria Criolina foi palco de uma grande apresentação dos baianos da Vivendo do Ócio e esse que vos escreve voltou para casa feliz por ter matado um pouco a nostalgia e saudade da Bahia. Só faltou tomar um vento na cara…