Review – Álbum – The Moon Expresso – Ever the Optimist
Ricardo Longo já tinha mostrado um pouco do seu lado solo no 1º disco do seu projeto The Moon Expresso lançado em 2017 chamado Homesickology. Ele se mudou para São Paulo e deixou para trás suas ex-bandas Starla e The Cavern Beatles, como contou no Podcast do BahiaRock. Agora em 2020 ele lançou “Ever the Optimist” e a evolução dele como artista é impressionante.
Nesse segundo disco da The Moon Expresso ele já está mais à vontade com seu equipamento caseiro. É bom ver que agora graças ao avanço da tecnologia em torno da música é possível montar o seu próprio estúdio em casa e tirar uma sonoridade incrível. Em “Ever the Optimist” Ricardo mostra toda a sua versatilidade como artista, explorando as mais diversas influências musicais, mas sem deixar de perder sua essência e principalmente mantendo uma coesão musical.
Vamos voltar uns anos atrás, quando o Smashing Pumpkins lançou o disco Adore em 1998. A banda é uma das favoritas de Ricardo e também deste que vos escreve. Na época o álbum teve críticas por ter uma pegada de música eletrônica, principalmente com o uso de bateria eletrônica. A verdade era que o Billy Corgan, o mentor do grupo, estava a frente do seu tempo. Em 2020 Adore é mais atual do que nunca e a influência dele é muito sentida em “Ever the Optimist”.
No entanto, Ricardo Longo não queria apenas emular uma sonoridade desse álbum específico do Smashing Pumpkins, ele quis ir além. Outra grande influência dele é Damon Albarn, do Blur e do Gorillaz. Só que ao contrário de Albarn, Ricardo não precisou criar diversos projetos musicais diferentes para dar vazão a sua sonoridade.
Em “Ever the Optimist” vamos de uma pegada mais pop como “Disillusion”, primeiro single do disco que contou com os vocais de Mariana Diniz, ex-vocalista da banda soteropolitana Matiz e esposa de Ricardo, passando pelo rock mais pesado de “Alerta Laranja” com uma influência de Muse, chegando a “Bye Bye Verão” com uma pegada mais “acústica verão” que poderia facilmente fazer parte da sua ex-banda Starla.
Outra prova da versatilidade de Ricardo são as letras em inglês e português. Em Homesickology ele só cantou na língua inglesa, mas agora ele ficou mais à vontade para explorar novamente sua língua nativa como fazia na Starla. E durante a audição também vamos captando outras influências musicais.
Já nas letras sentimos um pouco da mistura de melancolia com esperança, algo totalmente apropriado com o clima de pandemia que estamos vivendo presos em casa no aguardo de notícias boas enquanto tentamos seguir com alguma normalidade em nossas vidas.
Sem dúvidas “Ever the Optimist” é uma das grandes surpresas de 2020 do rock baiano. Ricardo Longo mostrou uma incrível evolução como artista e conseguiu resumir no disco suas principais influências musicais, além de apresentar uma sonoridade fantástica do seu estúdio caseiro.