Sergio Franco Filho

Sergio Franco Filho lança “Senderos”, seu disco de estreia, em dezembro
Por Bruno Carvalho, jornalista e músico

Sergio Franco Filho pode ser considerado um veterano da cena rock soteropolitana. Dono do selo Torto Fono Gramas, que botou no mundo alguns dos mais interessantes discos da MPB (Música Pesada Baiana), como Yun-Fat, Cobalto, Minus Blindness e Bestiário, e de uma discografia tão extensa quanto plural – indo do experimentalismo alternativo do Odd Humans e Satânia, ao rock moderno do Automata, o crossover do Peacemaker e o thrash do Mercy Killing – o vocalista lança no dia 21/12/2021 seu primeiro disco solo, “Senderos”, uma declaração de amor ao punk rock, seu subgênero musical favorito.

Gravado no Estúdio Ruído Rosa, com o luxuoso auxílio de Dill Pereira (ex-Rosa Idiota) na guitarra, baixo e violão, e Gabriel Gomes (Buster) na bateria e percussão, além das participações de Analía Variego (voz em “Senderos”), Marcelo Adam (guitarra em “Nada Ao Nada”) e Vicente Fonseca (guitarra em “Sedição”), “Senderos” chega ao mundo em CD e em todas as plataformas digitais. Dill foi responsável, ainda, por gravar e mixar o álbum, que foi masterizado em São Paulo por Fernando Sanches (O Inimigo, Againe).

A estreia solo de Sergio soa como um passo à frente em sua discografia, mantendo características já comuns em sua obra, como as boas letras e os vocais incisivos. A faixa que dá nome ao disco, com citação a texto do subcomandante Marcos, líder do Exército Zapatista de Libertação Nacional, passando pelo ritmo cadenciado de “Vasto Mar de Morte”, com letra contra as opressões modernas (“De quanto amor a gente precisa para matar a tirania?”) e “Migalhas”, que brada sobre desigualdade (“Falta muito assunto para chegarmos a uma área comum, onde interesses e necessidades se equiparem; um horizonte de verdadeira equidade social”), são exemplos disso.

“Senderos” soa diferente dos seus trabalhos anteriores, é verdade, mostrando outras referências do músico, e provando que mudanças e novidades são sempre interessantes, artisticamente. Mais uma bola dentro de Sergio!