Videoclipe da banda de Death Metal Carnified traz elementos do cinema clássico de Terror

Videoclipe da banda de Death Metal Carnified traz elementos do cinema clássico de Terror

A banda de Death Metal Carnified, após 27 anos de existência, resolveu produzir o seu primeiro videoclipe intitulado “Nocturna”. A música marca o retorno da banda após um hiato de 15 anos e conta com a participação de ninguém menos que a gloriosa cantora inglesa Sarah Jezebel Deva (ex-Cradle of Filth,Therion, Hecate Enthoned, entre outras). O lançamento será no dia 14 de outubro de 2021, às 19h, quando a Lua (símbolo da Deusa Nocturna) puder ser avistada nitidamente nos céus brasileiros. Em entrevista com o guitarrista, produtor musical e diretor do videoclipe, Marcos Franco, foram reveladas diversas curiosidades sobre essa “misteriosa” produção audiovisual que teve como inspiração filmes clássicos de Terror.

Como surgiu a ideia de lançar um videoclipe?

Resolvemos voltar depois de 15 anos parados e nos deparamos com esta época de pandemia mundial onde, com a ausência de shows, o único canal que uma banda tem como ser próxima do seu público é a internet. Lançamos a música Nocturna, mas sentimos que faltava algo mais. Como eu trabalho com audiovisual há mais de 20 anos decidi dirigir o meu primeiro videoclipe musical e meus colegas de banda compraram a ideia na mesma hora.

Sabemos que a Carnified tem como tema em suas letras um mundo autoral chamado Askarden onde deuses invejam a forma humana. O que você pode nos dar de spoiler sobre o clipe de Nocturna?

A música descreve uma situação mais fiel a temática da banda do que o próprio videoclipe. Tentei mesclar minhas maiores influências do cinema que são os filmes de terror com a essência da deusa Nocturna e de alguns poucos personagens que compõem o mundo de Askarden criado pelo baterista Vicente Azevedo. 

Histórias fantásticas precisam de efeitos especiais elaborados para representá-las e com o tempo esses efeitos podem se tornar datados. O verdadeiro cinema que aprecio vem de luz e sombras e esse é o clássico, o atemporal e, por isso, revelo o grande primeiro spoiler: o videoclipe de Nocturna é todo em preto e branco. 

A cantora Sarah Jezebel Deva canta as falas da deusa Nocturna na música. Ela aparecerá no clipe?

Infelizmente, por causa de compromissos pessoais e profissionais, a Sarah não estará presente no clipe. Já foi uma grande realização pessoal ter uma música cantada na voz dela, então, tivemos que usar nossa criatividade para representar a deusa Nocturna no videoclipe de uma forma um pouco inusitada, só que isso vocês irão conferir na quinta-feira, no nosso canal do YouTube.

Fale um pouco mais sobre as influências dos filmes de terror no videoclipe Nocturna.

Fazem parte da minha vida desde 1985, quando fui ao cinema com seis anos assistir “De Volta para o Futuro” e me deparei com o cartaz do filme “Sexta-feira 13 part V” que tinha feixes de luz atravessando os furos da máscara do Jason. Aquilo foi o suficiente para eu ir às locadoras e só alugar filmes de terror. Ao contrário do que pensavam, não me tornei um serial killer, mas sim um produtor audiovisual e colecionador de figuras de ação e estátuas de personagens de filmes de terror. Naturalmente o terror se tornou uma expressão minha e eu trouxe isso para o videoclipe como linguagem. Elementos como a cor do filme Nosferatu (1922), a alta exposição do shutter de House of Haunted Hill (1959), a iluminação de backlight de The Exorcist (1973), a movimentação de câmera do voo dos vampiros em The Lost Boys (1987), e a sombra misteriosa no canto do quarto da criança do filme Insidious (2010). Cada uma dessas técnicas eu pesquisei e usei em Nocturna. Para quem não iria soltar mais spoilers, entreguei o jogo completamente (risos). 

Para finalizar, como você descreve a experiência da banda após o processo de gravação?

O que preciso ressaltar é que não fiz nada sozinho. A ajuda dos outros membros da banda e de amigos próximos foram extremamente importantes nesse processo de produção. Como costumo dizer: é uma obra composta de sangue, suor e lágrimas. Foi muito esforço e dedicação que hoje me trazem muito orgulho e satisfação. 

Vou contar uma história: o dia da gravação foi adiado três vezes por conta de imprevistos, como integrantes da produção contraindo Covid-19. No final, a equipe que eu planejava desde o início pôde participar da gravação. Nunca, em toda a minha experiência com audiovisual uma produção começou no horário e encerrou no tempo planejado. Quando o sol se pôs, começamos as filmagens porque eu precisava da escuridão para usar a técnica de iluminação que queria. Encerramos todos os takes da filmagem às 2h da manhã, arrumamos o set e tomamos o rumo de volta para casa. Tudo funcionou como o planejado. Tínhamos um longo caminho pela frente, pois estávamos numa cidade vizinha e durante todo o trajeto fomos escoltados por uma grande lua de sangue (superlua), símbolo da nossa deusa Nocturna. Foram muitas coincidências ou não?

Confiram o clipe de Nocturna:

Marcele Correia

Marcele Correia

Jornalista. Bailarina de fusion bellydance. Feminista. Amo música. Adoro escrever, principalmente poesias e sobre o cenário rock/metal. Então, o Bahia Rock tem tudo a ver com o meu gosto.

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